Depois de comprar uma camera amadora e me apaixonar pela fotografia amadora, em um fórum de fotografia conheci um amigo meu especial, que me apresentou um fotógrafo profissional. Trabalhei como assistente deste fotografo por 1 ano, sendo que a principal função era fotografar casamentos. Eu não tinha a responsabilidade de um fotógrafo de casamento ele me deixava livre para fotografar o que eu achasse interessante no casamento. Dai começaram a surgir fotos interessantes, diferentes dos padrões visuais da época, fotos espontâneas, ângulos diferentes, fotos sem flash, eu não tinha medo de ousar, afinal estava ali para aprender. Descobri que de todos os trabalhos que fazia, de fotos publicitárias, moda, still e eventos corporativos o que realmente me apaixonava era os casamentos. No auge dos meus 16 anos, vestir um terno preto todo final de semana, me arrumar e montar o equipamento, existia uma magia naquele momento, me sentia o verdadeiro homem de preto.

Eu era uma pessoa muito tímido, durante o casamento mal falava com os noivos, apenas me preocupava em caçar os melhores momentos e tremia quando era chamado para dirigir o casal ou fazer as fotos posadas. Com isso treinei muito o fotojornalismo, sempre fotografei de forma espontânea sem chamar atenção dos noivos ou dos convidados. A foto espontânea apesar de mais bonita e natural é algo mais difícil de se conseguir, afinal posando para câmera em apenas um clique conseguimos capturar o momento, enquanto que no fotojornalismo precisamos tirar varias fotos até conseguir o momento perfeito. Essa caça ao momento perfeito, a caça da emoção dos fotografados é o que mais me motiva a fotografar um casamento.

A idéia era que eu fosse treinado para ser um primeiro fotografo, fazer as fotos posadas e comandar uma equipe. Não funcionou, me sentia preso tendo que fazer aquelas fotos quadradas e passar quase metade da festa tirando fotos posadas, me sentia incomodando o casal. As fotos artísticas, os momentos emocionantes foram ficando cada vez mais escassos, cheguei a pensar em desistir de fotografar. Em 2009 participei de um congresso de fotografia de casamento, lá descobri o fotojornalismo, o conceito de fotografar da maneira que eu fazia quando era apenas um assistente. Aquilo me motivou muito, sai daquele curso com novos objetivos e percebi que estava no caminho certo.

Alguns meses depois montei meu próprio estúdio, o começo foi difícil, poucas pessoas conheciam o fotojornalismo e poucos tinham coragem de confiar o dia mais importante de suas vidas em um garoto de 18 anos. Alguns loucos foram sendo conquistados, o primeiro foi um professor da faculdade e o segundo meu sogro e ai pude coemçar a mostrar meu trabalho e adquirindo a confiança das pessoas. Hoje faço o que amo, tenho um estúdio grande com sede fixa a 2 anos, uma empresa de fotografia aberta com registros na prefeitura, um blog que eu adoro escrever, um monte de casais amigos, vários visitantes no blog e o mesmo encanto dos 16 anos, de caçar momentos e vestir o terno preto nos finais de semana.